Olá a todos,
Em plena lua-de-mel, neste caso num hotel São Francisco, colocar em palavras o dia 12 de Outubro de 2013 é na minha opinião tarefa hercúlea, para não dizer impossível… Vou tentar, e aqui vos deixo mais um bocadinho de mim de coração aberto.
Quando resolvi pedir a Marisa em casamento, fi-lo essencialmente porque queria celebrar o amor e a felicidade que é estar com ela, e fazê-lo de uma maneira especial, juntando amigos e família numa festa única, algo que pudéssemos para sempre recordar.
Confesso que o meu dia 12 foi muito para além disso, e aquilo que seria uma grande festa ou celebração rapidamente se transformou num momento puro de união entre pessoas, um dia de incrível felicidade, de sinceridade e de alegria contagiante.
Escolhemos a zona Centro de Portugal para casar porque queríamos uma zona que ficasse entre as regiões de Vila Real, Pombal e Lisboa, essencialmente porque são as regiões onde temos ligações familiares. Outra grande razão foi o facto de queremos que toda a gente saísse de casa, da sua rotina, da sua zona de conforto, e passasse pelo menos uma noite fora num lugar diferente, não tão comum e que fizesse com que toda a gente se recordasse daquele fim-de-semana. Daí a chegarmos a Montemor-o-Velho e a Sandelgas, foi um pulinho….:)
O início da última semana antes do casamento foi muito complicado… Uma bela intoxicação alimentar deixou-nos completamente KOs e assustou-nos, mas lá recuperámos lentamente, e sexta-feira seguimos para Norte, confiantes que o pior tinha passado, apesar de algumas dores de barriga e indisposições ainda aparecerem por vezes….
Na noite anterior ao dia D, já no hotel, comecei a antecipar o que poderia acontecer no dia do casamento, e rapidamente me apercebi que não ia ser fácil para o meu lado…. Isto porque o nervosismo começou a chegar à séria, e até a escrever os meus votos me sensibilizava…sozinho! Mas que raio?!?! Mas como ?!?!
Abri a pestana pelas 7h no dia 12…Mas acham que eu consigo dormir mais?!?! Sabendo que me vou casar dai a nada?!?! Seguiu-se o pequeno-almoço com o padrinho Paiva, altura em que ele claramente me viu a tremer à grande pela primeira vez nestes últimos tempos.. Agora sim, estava a mostrar-se o careca sensível 😉
Vesti-me até rápido, e a minha mana Cat ainda apareceu para me dar uma beija, Quando dei por mim já estava no hotel Dona Inês ao pé de vários convidados que iam chegando devagar, todos super fashion! Os meus padrinhos estavam lá todos, Teresa, Ricardo, Vicente, Paulo, Rafa, Paiva, e a minha família, orgulhosa tirava as primeiras fotos comigo! Cenário pronto, seguiu-se o brinde ao pé da piscina, e a saída para o Castelo….
Tinha tudo para correr bem apesar dos atrasos normais, mas de repente recebo o telefonema do Ricardo a dizer-me que estava na A1 a caminho…Estranhei, e voltei a ligar-lhe, rapidamente nos apercebemos que algo não estava bem! O pior é que não era só ele… Também o carro do meu irmão e mais alguns carros cheios de convidados estavam todos perdidos em direção a um qualquer caminho para Sul que o cabresto do Google Maps indicou que não tinha nada a ver com nada…
PÂNICO!!! As alianças, e pelos vistos o cantor (mano João), bem como 2 dos meus padrinhos estavam atrasados, e no castelo não se podia prolongar muito o início da cerimónia pois haveria uma outra a seguir…Estava, confesso, bastante preocupado, e nem dei a atenção devida aos convidados que já aguardavam dentro daquelas fantásticas muralhas do castelo há já algum tempo…Foram 45 minutos agonizantes, fugi por duas vezes para trás da igreja para respirar um pouco, mas os astros estavam connosco, assim como os 200km/h que aqueles convidados devem ter dado para chegarem o mais rápido possível!!
Igreja cheia, cenário magnífico, simples, bonito e um coro de amigos à direita, famílias e amigos misturados como gostamos, nada de lados da noiva e noivo, tudo eram lugares dos noivos… A Mari vai entrar, o coro de amigos começa a cantar e pronto… Algo se apoderou de mim, e a partir dai foi a emoção a falar mais alto…linda de morrer, a minha noiva aparece acompanhada dos pais, com a Inês à frente com as alianças e as vozes do coro e do meu irmão.
Foram simplesmente arrepiantes os 45 minutos que se seguiram. O “coro do ranho”, dada a choradeira de felicidade que por lá aconteceu, em muito provocada por mim e pela minha cena de lágrimas à Maria Madalena…foi absolutamente divinal…o meu irmão cantou muito bem, havia músicas que pedimos, arranjos brutais, emoção e muita sinceridade…Olhava para a direita e via os meus pais e irmãos, para a esquerda, os pais da Mari…todos com aquela expressão de coração apertado! Houve naquela cerimónia palmas, estalares de dedos, palavras que custaram a ser pronunciadas, músicas arrepiantes, e acima de tudo uma felicidade enorme que culminou com um ataque aos noivos com um raid aéreo de arroz à saída da igreja ao som de Imagine Dragons! Calculo que foram arremessadas umas 15 toneladas do produto.. parece-me que ainda hoje há excursões de pombos a Montemor-o-velho para irem comer restos do arroz do casamento 🙂
Estava dado o mote… O dia tinha tudo para ser brutal!
Chegámos a Sandelgas e já os convidados comiam os primeiros aperitivos, quando à direita nos aparece um monumental placar com uma fotografia nossa no Nepal com as caras recortadas, ou seja qualquer pessoa podia tirar uma foto naquele cartaz monstruoso, como se fossemos nós… Fazia exactamente um ano do dia do pedido de casamento… Estávamos parvos…os padrinhos começavam a planear as suas surpresas, que eram pelos vistos muitas e inesperadas!
A sessão de fotos foi aquilo que se esperaria do já amigo Cardeli! Um pagode de loucura com golos, surf, e tudo aquilo que pudesse afastar as fotografias daquela coisa enfadonha que por vezes elas torna…Era muita gente, não sei se tirámos fotografias com todos, mas acho que para o tempo disponível, foi o possível e bem divertido. Sei que ninguém levou a mal 🙂
Seguiu-se a entrada dos noivos na sala de jantar… A sala em Sandelgas é de pedra, com o chão em madeira clara. Não é muito grande, e ao som de Calvin Harris, toda a gente se levantou, se pôs de pé e a saltar 🙂 O almoço foi ótimo, nem toda a gente gostou de tudo, mas é normal, não conseguimos agradar a todos, mas creio que no geral, a qualidade da comida era muito boa, e quer seja o bacalhau, a sopa, o pato ou a sobremesa, não desapontaram, o que é muito bom para um casamento.
Ao sairmos da sala de jantar, o cartaz que mencionei há pouco estava na disco Night, mas desta feita coberto com mensagens dos convidados, em dezenas de bandeirinhas coloridas, típicas do Nepal e do Tibete e que davam um efeito fantástico! Até agora ainda nem conseguimos ler uma, mas temos serão quando chegarmos a Lisboa… e vai ser um serão com coisas boas de certeza!
Seguiu-se um dos momentos altos da noite… Na rua, um projector apontava para uma parede, havia 2 cadeiras, e antes de qualquer projeção, uma harpa…A Sara ofereceu-nos uma música tocada por ela simplesmente de arrepiar, toda a gente ouviu atentamente, foi lindo.
Seguiu-se o video, que pegou na nossa brincadeira do convite , e a transformou para um outro nível de insanidade… Esta malta entrou-nos em casa durante as nossas férias, e bsicamente fizeream o que quiseram por lá, num vídeo que falava da nossa história de uma maneira perfeita, simples e ao mesmo tempo maluca. Acaba o vídeo, dá-se uma contagem decrescente, viro-me para a direita, e ao som de “Sweet Nothing” do Calvin Harris começa uma coreografia feita por praticamente todos os nossos convidados, do nada… Arrepiante, lindo, brutal…sem adjectivos que possam explicar o que sentimos quando vimos e ouvimos aquilo naquela altura… Foi impressionante, e esperamos ansiosamente pelo vídeo para ver como ficou… Só podemos mesmo agradecer pelo trabalho, loucura, amizade e tanto carinho de tanta gente que se disponibilizou para participar, treinar, ensaiar e aprender… mais uma vez, padrinhos e madrinhas…BRUTAL e OBRIGADO!
A noite não tinha terminado, a ceia abriu, com comidinha excelente, e tivemos ainda tempo de ver novo video cheio de fotografias bem antigas produzido pelos padrinhos, bem como um cheirinho do Same Day Edit, um vídeo produzido pelos colegas que estão a preparar o video final do nosso casamento… Sorrisos e sorrisos atrás de sorrisos!
Quando a pista abriu, pronto, começou a loucura total… foram horas e horas a fio na pista, dançámos com tanta tanta gente, que nem sei como é que aguentámos tamanha loucura durante tanto tempo, a adrenalina estava ao máximo na altura.
Eram já umas boas 5 da manhã, quando cerca de uns 15 resistentes fecharam a loja, e seguimos para o hotel, felizes, extraordinariamente cheios de saudades daquele dia único… e repito…felizes..
O dia a seguir foi perfeito, mas começou mal… Quando acordei, senti um vazio, uma necessidade assolou-me amente… queríamos tudo menos estar sozinhos, queríamos estar com mais pessoas, e felizmente havia ainda muitos amigos prontos a passarem o resto do dia connosco, e assim foi…terminou como começou, com amigos à nossa volta… a fazer o costume…a rir!
(The day after, by Capela)
E agora mais um miminho…uma pequena edição do dia que já demonstra muito tudo aquilo que se passou por lá 🙂
[vimeo width=”640″ height=”360″]http://WWW.VIMEO.com/77326659[/vimeo]
Bjs e abraços, e o meu/nosso obrigado do fundo do coração por tudo,
Quanto ao dia do casamento, o melhor de sempre das nossas vidas… queremos muitos mais dias assim 🙂
Luís M.
Por mais que tente procurar palavras no dicionário para descrever aquele dia, não encontro! Repetia tudo de novo!
Nada a acrescentar, foi um dia inesquecível e para sempre recordar! A fasquia ficou muito elevada para qualquer casamento que um dos convidados ouse comparecer. Sejam felizes!!!!! hey hey hey!
Fantástico ler a tua versão 🙂 Fantástico recordar mais e mais vezes!