1. Divide o domingo entre antes e depois da “passadinha no Brique” ou no “Parcão”.
2. A partir de julho, o Porto-alegrense pára de comprar livros para aproveitar os descontos os balaios da Feira do Livro.
3. Odeia o muro da Mauá.
4. Fala mal das praias gaúchas, mas nunca recusa convite para passar o fim de semana em Imbé ou Atlântida.
5. Desfila, em qualquer rua de qualquer cidade, com cuia e garrafa térmica como se fosse coisa “trinormal”.
6. Ama ou odeia o PT. Não tem meio termo.
7. Acredita que a última batalha não será entre o bem e o mal ou entre a luz e as trevas, mas entre gremistas e colorados.
8. Em uma tarde consegue mostrar todos os pontos turísticos da cidade aos amigos que vêm de fora.
9. Acha que Porto Alegre tem quase todos os defeitos de uma cidade grande e mais algumas desvantagens de uma cidade pequena, mas parte para a briga com qualquer estrangeiro que ouse dizer uma “barbaridade” dessas.
10. Acredita piamente que existe uma comprovação científica para o fato de o pôr-do-sol no Guaíba ser o mais bonito no planeta. Talvez pelo fato do paralelo trinta passar na Rua da República…
11. Chama o carinha ali de “bagaceiro”; come “negrinho” e ” branquinho” e ainda compra “cacetinho”!
12. Diminiu metade das palavras e nem se dá mais conta disso: ” Findi”, “Churras”, “Super”, “níver”, “refri”, “ceva” (essa tem o sinônimo “cerva”, também)…
13. Quando quer dizer sim, diz “ã rã”, com um jeito típico de Porto.
14. Ama Porto Alegre!
O Porto-alegrês é uma das línguas mais difíceis do “Ocidente” (que não é o hemisfério, e sim um bar em Porto Alegre).
Para começar, só existe uma interjeição: “báh!” – que é usada em mais ou menos 462 situações diferentes.
Prá complicar, “bah!” tem, também, 497 entonações diferentes: pode ir de um simples “beh!”, até um complicado, “pãh!” dependendo do que tu queres dizer.
E tem também as gírias. Porto Alegre é equipada com mais ou menos 15 fábricas de gírias funcionando sem parar. Algumas chegam até a ser exportadas: “viajar na maionese” e “pirar na batatinha”, que agora estão na moda no Rio, são faladas há anos, ou em Porto Alegrês, “há horas”, que pode ser “há uma data” ou “há uma cara”, como em outros lugares.
Outras expressões cruzam a fronteira, mas nunca chegam a ser compreendidas. “Deu prá ti”, por exemplo, que é o nome de uma música que fez o maior sucesso no Brasil inteiro. Talvez porque pensaram que “deu prá ti” fosse uma sacanagem quando na verdade só queria dizer “chega!”.
Também tem o “trilegal”, “há horas ninguém fala trilegal” em Porto Alegre. Se fala “tribom”, “triquente”, “triafim”, “trigente”, “trijóia”, “triafu”(muito usado), “tri” o que tu quiseres.
Mas nada é mais porto alegrense quanto falar: “tu vai ir?”, que muitas vezes fica “tu vai i?”, com o “i” bem pronunciado e longo…
Repita agora, com sotaque: “Báh, mas tu vai i? Bah, mas se tu for, eu também vou i”.
É, aqui é o único lugar do mundo onde a gente lava “Os pé” e lava “as mão”.
E “deu pra ti, viu guri”!
Nâo há nada melhor do que poder dizer: “Báh, eu sou de Porto”… com sotaque mais cantado possível… e a cara mais orgulhosa do mundo!
Porto Alegre é TRILEGAL!!!!
..e “sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra!”…